Queremos criar nossos filhos como nossos pais fizeram?
Os pais de hoje em dia têm a criação deles como base e referência para criar os próprios filhos. Isso só prova que os tempos mudaram
Educar, criar e amar um filho é uma das tarefas mais complexas na vida e, acredite, não existe modelo pronto ou receita de bolo que diga o certo e o errado na criação. Tem intuição, tem desejos e, principalmente, tem a referência: nossos pais. Você já parou para pensar se quer criar seu filho da mesma maneira que seu pai criou você? Pois se era comum escutar nossos pais reclamando da educação proibitiva que tiveram, essa nova leva de pessoas, nascidas na década de 80, acompanha o movimento de Elis Regina quando diz que “vivemos como nossos pais”. Eles admiram, elogiam e se inspiram em seus pais, mesmo que não concordem com exatamente todas as decisões que ele tomou. “Meu pai pouco participou das minhas atividades na infância. Sou rigoroso, mais enérgico do que meu pai foi comigo e sou amoroso e presente, como minha mãe era. Incentivo meus filhos a serem felizes fazendo o que gostam. Terão meu apoio se for algo que não apresente perigo e seja saudável”, conta Paulo Figueiredo, 38, gerente de projetos. Para o psicólogo Luciano Passianotto, a melhor maneira é passar um pente fino no que recebemos como educação e criação. “Os pais de hoje em dia têm sua própria criação de base para decidir como criar seus filhos, mas isso não quer dizer que farão tudo igual nem tudo diferente. Eles têm uma tendência a reproduzir comportamentos dos quais concordam e evitar comportamentos dos quais discordam”, acredita. Claro que as mudanças de gerações têm que ser levadas em conta. O papel da mulher, no geral, mudou e o homem está sendo meio obrigado a acompanhar essa mudança, fato que os difere de seus pais e avós. Isso torna os pais de hoje mais presentes na criação dos filhos do que os de antigamente. E quando se está mais presente, a convivência é maior, a compreensão de algumas coisas também fica mais fácil. No caso de Daniel Barreal, 37, publicitário, pai de Júlia, 5, os exemplos que recebeu dos paissão influências fortes na criação da filha. "Minha mãe sempre gostou das coisas muito certas, ela sempre quis criar um mundo melhor para o mundo e não um mundo melhor para o filho. Quando a Juju nasceu, isso veio muito forte na minha mente e é isso que eu tento fazer. Tento criar uma cidadã melhor para mundo. Filhos são esponjas que absorvem tudo que veem. Daí a educação dos pais é de extrema importância", acredita. Para o engenheiro civil Flávio Sarli, 41, transmitir os valores que aprendeu com o pai é o mais importante. Ele admite que a educação dada pelo progenitor é inspiração para criar o filho, Flávio, 6 anos. “Me inspiro no meu pai, mas mudo em alguns pontos, sim. Procuro ser mais flexível do que ele foi, mas sem perder a firmeza. Provavelmente, no resto, somos parecidos. Tento passar da forma mais clara possível valores como honestidade, caráter, disciplina, perseverança, humildade, etc”, conta. E você? O que torna seu pai tão admirável?
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